Galerinha.....vale a pena ler este texto da Professora Ana....muito bom para ser trabalhado em HTPC com os educadores....possibilita trabalhar a reflexão da prática docente....e é muito marcante...pois existem muitas professoras ANA's por aí .....
Vamos rever nossas concepções....
Segue o texto...
Com a palavra, a professora Ana
Ana
é uma professora de Educação Infantil que sempre trabalhou em classes de
pré-escola, com crianças entre cinco e seis anos. Sempre foi uma professora
bastante preocupada com a aprendizagem dos seus alunos, principalmente no que
se refere à alfabetização. Apesar das crianças serem pequenas, ela nunca teve
dúvidas de que era necessário familiarizá-las com alguns procedimentos e
convenções escolares, para contribuir com seu desenvolvimento como alunos.
As
carteiras – móveis – eram dispostas em filas, porque assim a sala poderia ficar
mais bem organizada e facilitar a sua circulação durante os trabalhos. Já tinha
ouvido falar sobre a importância de criar um ambiente alfabetizador, mas
considerava isso difícil, devido a insuficiência de recursos disponíveis.
Nas
paredes, havia um abecedário com os quatro tipos de letras ( imprensa e
cursiva, maiúscula e minúscula ), acompanhadas de uma lista de quatro palavras
que se iniciam com cada uma das letras – inclusive com o nome das crianças,
para ajudar a fixar as iniciais -, fichas com as famílias silábicas, um
mapa-mundi e antigos cartazes de vacinas, todos permanentemente afixados para
que as crianças pudessem consultá-los, sempre que necessário. Nas prateleiras,
alguns livros didáticos antigos e alguns livros de história, tudo muito bem
arrumadinho.
A
sala tinha como característica o fato de haver fichas nomeando quase todos os
objetos
( janela, mesa, carteira, porta, cadeira...),
o que disso Ana tinha certeza – contribuia bastante para o avanço na leitura e
escrita das crianças.
Ela
sabia que era muito importante o incentivo à leitura, por isso selecionava textos
de diferentes cartilhas, mimeografava-os e entregava um para cada criança, para
que acompanhassem a leitura feita por ela ou por algum colega já alfabetizado.
Gostava de fazer perguntas para ver se as crianças haviam compreendido o texto
e ficava muito feliz porque, oralmente, acertavam sempre todas as
respostas.
Também pedia para elas copiarem o texto, não só com o objetivo de treinar a
letra cursiva, mas para que pudessem aprender mais sobre a escrita
convencional.
Outra
atividade frequente na sala de Ana era a leitura em voz alta: as crianças já
alfabetizadas liam para as outras um livro de histórias escolhido
anteriormente.
Como
ainda não tinham adquirido fluência na leitura oral – e considerando ser esta
uma boa situação de aprendizagem – ela foi percebendo que era preciso lançar
mão de outros livros, além dos materiais utilizados até então, para que as
crianças até então, para que as crianças exercitassem um pouco mais essa
atividade. Selecionou aqueles livrinhos com uma frase curta em cada página,
julgando, que, ouvindo os colegas lendo suas histórias, as crianças não se
dispersariam e poderiam acalmar-se, principalmente no momento da saída, ao
término da aula. Assim, ela poderia guardar os materiais no armário, mas sempre
atenta à leitura realizada e ao comportamento da classe.
Essa
era uma atividade que ela gostava de alternar com alguns jogos: bingo de letras
ou de nomes, forca de palavras memorizadas, dominó, de letras, entre outros.
Todos gostavam muito e isso a deixava bem feliz. Às vezes, trazia fitas de
vídeos de seus filhos, com filmes de alguns heróis modernos, para que as
crianças pudessem assistir – já tinha observado que, em geral, ficavam mais
quietas do que quando ela lia, especialmente em dias de chuva.
Mas
o que deixava Ana mais orgulhosa era ver os textos coletivos elaborados pelas
crianças a partir de algum tema ou acontecimento: ficava tão encantada com os
textos que afixava todos nas paredes da sala. Era uma pena que não houvesse
parede suficiente para tantos textos...chegou a colocar alguns bem no alto da
parede, porque, afinal, eram textos produzidos pelas crianças e elas poderiam
ficar sentidas caso fossem retirados. Só os retirava quando não tinha mais
espaço, até porque os textos estavam expostos para que todos pudessem aprender
mais sobre a escrita – sendo assim, quanto mais, melhor. Frequentemente,
preparava atividades utilizando palavras desses textos que as crianças
gostavam.
Ana
propunha poucas atividades de escrita às crianças, porque, como a maioria ainda
não havia se alfabetizado e ela tinha como prática expor tudo o que era produzido
pela classe, considerava um erro pedagógico colocar a mostra trabalhos com
erros ou ilegíveis: tinha certeza que a exposição de textos escritos de forma
incorreta poderia estimular ou até mesmo induzir as crianças ao erro, uma vez
que estariam em contato frequente com uma escrita muito diferente da
convencional.
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